O MAIOR MISTÉRIO DO MUNDO: APRENDER A AMAR

O MAIOR MISTÉRIO DO MUNDO: APRENDER A AMAR

 

No mês de junho, época do fogo e dos casamentos em festas juninas, homenageia-se em especial, no dia 13, a Santo Antonio, monge franciscano agostiniano de Coimbra, Portugal. A ele foram atribuídas várias histórias milagrosas ainda em vida, a maioria ajudando mulheres, que desde aquela época já eram marginalizadas pela sociedade. O Santo as ajudava a obter um casamento. Por isso, ficou popularizado como o santo casamenteiro e em sua homenagem, no Brasil, comemora-se no dia 12 de junho o Dia dos Namorados. Foi assim que essa data tornou-se comercial, na qual os namorados procuram presentear-se e comemorar, em nome do amor.

Mas o que será o AMOR?

AMOR, palavra tão largamente e até vulgarmente utilizada… Em favor da verdade, é preciso esclarecer que as pessoas confundem paixão com amor. O romântico Tom Jobim, certa vez, compôs “Pra que dividir, sem raciocinar, na vida é sempre bom multiplicar, e por a+b eu quero demonstrar que gosto imensamente de você… Ah! Por uma razão infinitesimal, você criou caso de cálculo integral… Se vão as paralelas no infinito se encontrar, por que demoram tanto dois corações a se integrar?”. Da música, uma realidade constante da vida, que precisa ser questionada: Por que o homem perde tanto tempo com as coisas vãs? Por que substituir o deleite do amor puro por julgamentos, cobranças, orgulhos, vaidades, competições?

Já demonstrava Buda através da Metta Bavhana, a Meditação do Amor Benevolente que, embora todos os seres tenham seus anseios e anelos, defeitos e virtudes, a natureza primordial do Ser Humano é amar ao próximo como a si mesmo, frase célebre de Jeshua Ben Pandirá, o Mestre do Amor. Então por que não praticar essa natureza todos os dias, todos os minutos e segundos de nossa vida? Para agradar aos poetas, versamos o lusitano Camões: “Transforma-se o amador na cousa amada”.

Na sabedoria gnóstica do mestre da amorosa-força, Samael Aun Weor, “Onde existe o cálculo aritmético, não há amor. Infelizmente, na vida moderna o amor cheira a conta de banco, mercadorias e celuloide. Naqueles lares onde só existem somas e subtrações, não existe amor. Quando o amor sai do coração, dificilmente regressa. O amor é um menino muito esquivo.” O amor sai do coração quando não fazemos dele uma morada digna para o amor.

Francisco de Assis, amante incondicional de todas as criaturas já observava que “O amor não é amado”.

Amar, todos somos capazes, amar está ao alcance de todos. Mas é preciso aprendê-lo e esse aprendizado já não é tão simples. É preciso amar o amor, mesmo que num primeiro instante, seja numa fração infinitesimal. E com nossos esforços que essa fração seja cuidada como uma semente rara, plantada e cultivada a cada instante de nossas vidas. Lembremos que para germinar, a semente precisa de solo fértil e toda terra precisa ser trabalhada, arada, cultivada.

Muitos dizem que querem amar, mas poucos querem trabalhar sob a luz do sol, levantar a pesada enxada, fazer calos nas mãos, frieiras nos pés e até sangrar trabalhando na própria psicologia, em seus próprios defeitos psicológicos. Assim como é preciso deixar que as minhocas ajudem a decompor o material orgânico, digerindo-o e transformando-o em nutrientes, precisamos observar nossas canções psicológicas, transformar nossas impressões do dia a dia. Onde há personalismos, desejos, egoísmo, o próprio mim mesmo, não há amor. O amor é um produto divino do “nós”.

Contudo, para os receosos, afirmamos serenamente: vale mesmo a pena aprender amar!

Seja qual for o esforço para se alcançar tal dádiva. Pois, um só segundo em toda nossa existência de Consciência dessa força dá sentido e cor a toda vida.

Talvez por isso, Kalil Gibran disse: “Quando o amor vos fizer sinal, segui-o; ainda que os seus caminhos sejam duros e escarpados. E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos; ainda que a espada escondida na sua plumagem vos possa ferir”.

Já o poeta-filósofo alemão Goethe expressou: “Quando não se ousa amar sem reservas é que o amor já está muito doente”.

Assim, no mais elevado sentido da palavra, verdadeiramente, nesse caminho de aprender a amar, há que se estar disposto a morrer para tudo. É o que também viveu São João da Cruz: “Quem souber morrer para tudo, terá a vida em tudo” e “Amar é trabalhar em despojar-se por Deus, de tudo o que não é Deus.”

Algumas grandes almas que passaram por estas terras, verdadeiramente, aprenderam a amar. Praticaram o amor que não vem das honras e delícias do mundo material, que não provem da satisfação dos desejos, quereres e vaidades do ego, pois sabiam que todas essas conquistas transitórias não são levadas quando morremos. Jesus e Madalena, Osiris e Isis, São Francisco e Santa Clara, Samael Aun Weor e Litelantes, Joana D’Arc e Jean Totmouille, Hildegard Von Bingen e Volmar, Sidarta Gautama e Yashodhara, Krishna e Radha dentre outros, puderam e souberam amar, conheceram ISSO que não se pode definir, ISSO que penetra lá onde não chegam as humanas filosofias. Todas essas almas que realmente se enamoraram, descobriram algo sublime em comum: A liberdade provinda de amar a Deus e somente a Ele Servir.

São tantos escritos de almas privilegiadas que sentiram os aromas do amor… mas encerraremos escolhendo uma delas, a de um monge que nos ensinou a Imitar o Cristo – o Mestre do Amor. Tomás de Kempis, que magistralmente escreveu sobre os admiráveis efeitos do amor divino, afirmou: “Quem ama nobremente não repousa no dom, mas em Mim (o Cristo) acima de todos os dons.”

Que ao sentirmos o chamado para a iluminação do amor, busquemos o caminho que realmente nos leve a tal façanha e que nos inspiremos não nas vãs paixões mundanas, mas nas grandes almas que souberam amar… assim conseguiremos ouvir a voz interior de nosso Pai Interno e de nossa Mãe Divina que nos ensinam constantemente a Arte de Amar – mesmo que, pródigos filhos, não o percebamos!

 

            Alessandra Espineli Sant’Anna é engenheira e instrutora da AGB

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A Associação Gnóstica de Brasília – AGB é uma instituição civil sem fins lucrativos, que objetiva divulgar a gnose moderna reestruturada por Samael Aun Weor, filósofo, antropólogo e cientista colombiano radicado no México, com mais de 80 livros editados em 70 países. 

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